COORDENAÇÃO
Mestre Augusto Meireis
Mestre Ana Raquel Conceição
OBJETIVOS
A presente pós-graduação tem como principal objetivo dotar os seus destinatários de competências relativas à investigação, seja no âmbito da criminalidade tradicional, seja nas novas formas de criminalidade, designadamente no domínio do terrorismo, da associação criminosa, dos crimes económicos e fiscais e dos crimes informáticos.
São segmentos da criminalidade que se desenvolvem em larga escala, cujas organizações são cada vez mais complexas e os métodos de atuação cada vez mais sofisticados, levando à necessidade de adaptação das respetivas regras de investigação.
De forma a dotar a presente pós-graduação da vertente iminentemente prática, que a carateriza, os destinatários terão contato direto com formas de recolha de prova e com a realidade forense.
DESTINATÁRIOS
Licenciados, dando-se preferência aos licenciados na área das ciências sociais e humanas e àqueles que tenham experiência na área da investigação criminal ou das ciências penais em geral, entre outros:
- Licenciados em Ciências Policiais
- Licenciados em Criminologia
- Licenciados em Direito
- Licenciados em Psicologia
- Licenciados em Sociologia
DURAÇÃO
O curso tem uma duração total de 126 horas: 120 horas presenciais, ministradas ao longo do ano letivo, e 6 horas laboratoriais, a decorrer depois da componente letiva.
MÉTODO DE AVALIAÇÃO
Exame Final Escrito por módulo.
A classificação final do curso de pós-graduação resulta da média ponderada das classificações obtidas nos diferentes módulos.
Obrigatória a assiduidade a 60% das aulas de cada módulo.
TITULAÇÃO
Certificado relativo à conclusão de cada módulo e certificado de conclusão do Curso de Pós-Graduação.
ECTS
No âmbito das Universidades Lusíada a presente formação corresponde a 24 ECTS não sendo garantida a sua creditação para efeitos de prosseguimento de estudos.
FUNCIONAMENTO E HORÁRIO
O curso funcionará ao longo do ano lectivo em horário pós-laboral.
PLANO DE ESTUDOS
MÓDULO I – A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
Formadores: M. Augusto Meireis / Rogério Osório / Teófilo Santiago
Horas: 30
ECTS: 6
Conteúdos Programáticos:
M. Augusto Meireis – 6 horas
1. A investigação Criminal na Constituição da República Portuguesa
2. A Investigação Criminal no Código de Processo Penal
3. A Lei da Organização da Investigação Criminal
4. A Lei de Segurança Interna
Rogério Osório – 10 horas
5. Autoridades e investigação criminal
5.1. Autoridades judiciais, autoridades judiciárias, autoridades de polícia criminal, órgãos de polícia criminal e entidades policiais
5.2. Enquadramento processual penal e leis orgânicas dos principais órgãos de polícia criminal;
5.3. Relações entre autoridades judiciárias e órgãos de polícia criminal;
5.4. A “dependência funcional” e a “autonomia técnico-tática”;
Teófilo Santiago – 14 horas
6. Órgãos de polícia criminal
6.1. Órgãos de polícia criminal de competência genérica: Polícia de Segurança Pública; Guarda Nacional Republicana;
6.2. Órgãos de polícia criminal de competência reservada: Polícia Judiciária;
6.3. Órgãos de polícia criminal de competência específica: Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Polícia Marítima, Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, Órgãos da Administração da Segurança Social, Autoridade para as Condições do Trabalho, Unidade de Ação Fiscal da Guarda Nacional Republicana;
7. Outras entidades próximas mas não equiparadas a órgãos de polícia criminal. Serviço de Informações de Segurança e Serviço de Informações Estratégicas de Defesa;
8. A segurança interna
MÓDULO II – INVESTIGAÇÃO NA CRIMINALIDADE COMUM
Formador: J. Barra da Costa
Horas: 15
ECTS: 3
Conteúdos Programáticos:
- Análise de tipos de crimes e padrões de criminalidade (1993-2013);
- Estratégias para uma «prevenção situacional»;
- Objetivos de uma investigação;
- Fatores que tendem a afetar o desenvolvimento de uma investigação;
- Metodologia e ciclo de raciocínio:
- Reconstituição dos factos – raciocínio histórico;
- Qualificação judiciária – raciocínio judiciário;
- Desenvolvimento de investigação e operações – raciocínio operacional.
- A prova, meios e modelos;
- A dinâmica da prova;
- Prova material (vestígios lofoscópicos, biológicos e físico-químicos – pesquisa, recolha, análise e tratamento; inspeção judiciária: atividades da gestão do local do crime; investigação criminal e medicina legal);
- Prova pessoal (entrevista, interrogatório em especial no quadro das testemunhas mais vulneráveis);
- Local do crime;
- Reconstrução e reconstituição do crime;
- Motivação criminal;
- Modus operandi e assinatura;
- Avaliação de casos reais: preparação e procedimentos sistemáticos, designadamente, furto e roubo, homicídio, ofensas à integridade física, incêndio, raptos e sequestros, a violação e a agressão no abuso sexual.
MÓDULO III – NOVAS FORMAS DE CRIMINALIDADE
Formadores: José Anes / Teófilo Santiago / Fernando Torrão / Pedro Verdelho / Hugo Fangueiro
Horas: 14
ECTS: 3
Conteúdos Programáticos:
José Anes – 6 horas
1. O terrorismo
2. A associação criminosa
3. Os crimes económicos e fiscais
Pedro Verdelho – 2 horas
4. Os crimes informáticos
Teófilo Santiago – 2 horas
5. O branqueamento de capitais
6. A corrupção
Hugo Fangueiro – 2 horas
7. Os crimes militares (sua especificidade dogmática e competência para a sua investigação)
Fernando Torrão – 2 horas
8. As sociedades comerciais como agentes de crimes (as insolvências e a sua (des)responsabilização criminal)
MÓDULO IV – INVESTIGAÇÃO NA CRIMINALIDADE ORGANIZADA
Formador: J. Barra da Costa
Horas: 15
ECTS: 3
Conteúdos Programáticos:
Os tribunais, bem como os restantes órgãos de controlo social, formais e informais, e o público anónimo em geral, têm vindo a exigir, cada vez mais, um melhor e mais elevado contributo dos juristas enquanto elementos aglutinadores da investigação criminal e forense. A chave para evitar o deslize técnico em sede de apresentação de provas na investigação da criminalidade organizada é de grau superior ao que sucede no quadro da investigação da criminalidade comum. Aqui não existem impressões digitais, sangue, cabelos, esperma, entre outros vestígios, porque o «local do crime» é volátil e distante. Nestes termos, o jurista deve ser formado e sensibilizado em termos dos desenvolvimentos técnico-científicos nesta área, que por vezes deixam perceber o cruzamento e a correspondência entre a investigação da criminalidade comum e organizada.
Para atingir esse desiderato serão abordados, entre outros, os seguintes materiais:
- Crime organizado versus crime comum;
- Aspetos jurídico-penais criminais e forenses no âmbito da segurança interna;
- A prova: qualidade, tipo e meios de obtenção de prova no crime organizado;
- Origem e evolução do crime organizado;
- Critérios para definir criminalidade organizada;
- Tipos de criminalidade organizada;
- Estruturas-tipo mais representativas;
- Crime organizado internacional;
- Áreas de atividades criminais com carácter internacional;
- Terrorismo laico e religioso;
- Crime organizado nacional;
- Banditismo;
- Tráfico de estupefacientes;
- Tráfico e viciação de veículos;
- Crime económico e outros;
- Contrabando;
- Jogo ilegal;
- Corrupção
- Tratamento e análise de informação criminal relativa ao crime organizado. Soluções para combater estes problemas concretos.
MÓDULO V – A OBTENÇÃO E A PRODUÇÃO DA PROVA
Formadores: Ana Raquel Conceição / Henrique Noronha
Horas: 30
ECTS: 6
Conteúdos Programáticos:
Ana Raquel Conceição – 8 horas
1.Os meios de prova:
1.1. Prova testemunhal (as escusa, as recusas e os impedimentos com coarguidos)
1.2. Prova por declarações (as declarações de coarguido; a violação da imediação)
1.3. Prova por reconhecimento
1.4. Prova por reconstituição do facto
1.5. Prova pericial
1.6. Prova documental
[a divulgar brevemente] – 6 horas (*)
1.7. Vestígios biológicos e antropologia forense
1.8. Balística
1.9. Lofoscopia
1.10. Marcas
1.11. Vestígios de explosivos
Henrique Noronha – 16 horas
2.Os meios de obtenção da prova:
2.1. Localização celular e geo-referenciação
2.2. As revistas e as buscas
2.3. A zaragatoa bucal
2.4. Transmissão de dados via telemática
2.5. Escutas telefónicas e o registo de voz e imagem
2.6. Ações encobertas
2.7. A preservação e revelação expedita de dados
2.8. A injunção para apresentação do acesso de dados
2.9. A pesquisa e apreensão de dados informáticos
2.10. O interrogatório não judicial e judicial como meio de obtenção de prova.
Estudo de casos
MÓDULO VI – A COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
Formadores: [a divulgar brevemente]
Horas: 4
ECTS: 1
Conteúdos Programáticos:
- A cooperação internacional
- A cooperação europeia
- A cooperação interna
MÓDULO VII – AS PROIBIÇÕES DE PROVA E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS INTRA E EXTRA PROCESSUAIS
Formadores: M Augusto Meireis / A Raquel Conceição
Horas: 12
ECTS: 2
Conteúdos Programáticos:
1. Noção e modalidades
2. Fundamentos constitucionais e ordinários
3. Repercussões na investigação criminal / efeito á distância
4. Problemática dos conhecimentos fortuitos
5. Utilização remanescente da prova proibida
TRABALHO DE CAMPO
Laboratório da Polícia Técnica e Científica da Polícia Judiciária [a divulgar brevemente] (*)
Horas: 4 horas
Instituto de Medicina Legal [a divulgar brevemente] (*)
Horas: 2 horas
CORPO DOCENTE (súmula curricular)
Fernando Torrão - Licenciado em Direito, Mestre em Ciências Jurídico-Criminais, Doutor em Direito – Especialidade em Ciências Jurídico-Criminais, Director da Faculdade de Direito da Universidade Lusíada do Porto;
J. Barra da Costa – Licenciado em Antropologia; Mestre em Relações Interculturais; Doutor em Psicologia (antes de Bolonha); Antigo Inspetor da Polícia Judiciária; professor da Universidade Lusíada do Porto; Profiler criminal.
José Manuel Anes – Licenciado em Química; Doutor em Antropologia Cultural e Social; Ex-Perito Superior de Criminalística do Laboratório da Polícia Científica da Polícia Judiciária; Cofundador do OSCOT – Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo; Professor universitário, ministrando, entre outras, as seguintes unidades curriculares: “Terrorismo”, “Organizações Criminosas” e “Criminalística e Metodologia de Investigação Criminal”.
Pedro Verdelho – Licenciado em Direito, Magistrado do Ministério Público desde 1990; entre 2005 e 2011 foi docente do Centro de Estudos Judiciários, na área penal, de que foi coordenador; Coordenador do Gabinete de Coordenação da Atividade do Ministério Público na área da Cibercriminalidade (Gabinete Cibercrime); representante de Portugal na União Europeia, nas Nações Unidas e no Conselho da Europa, em assuntos relacionados com a cibercriminalidade; representante de Portugal no Comité da Convenção do Cibercrime do Conselho da Europa, desde 2006, sendo presentemente membro do seu “bureau” permanente.
Teófilo Santiago – Licenciado em Direito, Assessor de Investigação Criminal, Ex-Dirigente da Polícia Judiciária.
M. Augusto Meireis – Licenciado em Direito, Mestre em Ciências Jurídico-Criminais, professor da Universidade Lusíada do Porto, entre outras, das unidades curriculares de “Segurança e Prevenção”, “Política Criminal” e “Direito Processual Penal”.
Ana Raquel Conceição – Licenciada em Direito, Mestre em Ciências Jurídico-Criminais, professora da Universidade Lusíada do Porto, entre outras, das unidades curriculares de “Teoria da Lei Penal”, “Teoria da Infração Penal”, “Direito Processual Penal Probatório” e “Direito Processual Penal”.
Rogério Osório – Licenciado em Direito, Mestre em Ciências Jurídico-Criminais, Procurador Adjunto no DIAP – Departamento de Investigação e Ação Penal – Porto, professor da Universidade Lusíada do Porto.
Henrique Noronha – Licenciado em Direito, Inspetor da Polícia Judiciária – Diretoria do Norte, Porto.
Hugo Fangueiro – Licenciado em Criminologia, Pós-graduado em Informações e Segurança, Mestrando em “Direito e Informática”, Ex-Perito Forense da Polícia Judiciária Militar.
Obs: O Curso só funcionará com um número mínimo de alunos.
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA À CANDIDATURA
- Certificado de Habilitações (original ou cópia autenticada)
- “Curriculum vitae”
- Fotocópia do Bilhete de Identidade e do Cartão de Contribuinte ou do Cartão de Cidadão
- Uma Fotografia
INFORMAÇÕES
Dr. António Pedro Martins <apedro@por.ulusiada.pt>
Dr. Fernando Castro <afcastro@por.ulusiada.pt>
Dr. Miguel Gomes <mgomes@por.ulusiada.pt>
Instituto Lusíada de Pós-Graduações :: ILPG
T. +351 22 557 08 69
F. +351 22 557 08 97
e-mail: posgrad@por.ulusiada.pt
Universidade Lusíada Porto
Rua Dr. Lopo de Carvalho
4369-006 Porto
T. +351 22 557 08 00
F. +351 22 557 08 97
e-mail: info@por.ulusiada.pt