ARQUITECTO RICARDO VIEIRA DE MELO, DOCENTE DE ARQUITECTURA DA LUSÍADA GANHA CONCURSO
06/03/2012 16:03
O atelier de arquitetura RVDM, de Aveiro, fundado pelo Arquitecto Ricardo Vieira Melo, docente do Curso de Arquitectura da Universidade Lusíada do Porto, foi o vencedor do concurso público internacional de ideias para a requalificação e reordenamento da praia e frente de mar da Figueira da Foz e Buarcos, lançado pelo município em 2011 e que recebeu 65 trabalhos, a maioria de arquitectos portugueses.

A aproximação da cidade à orla marítima é uma das marcas do projecto que venceu o concurso de ideias para a requalificação do areal da praia da Figueira da Foz. A proposta do atelier RVDM inclui nova relação do Forte de Sta. Catarina com o Rio Mondego, uma piscina atlântica junto ao molhe norte, um espaço multiusos ao ar livre para espectáculos, feiras sazonais, desportos ou outras atividades culturais e recreativas, e a reorganização da rede viária na zona de Buarcos, permitindo uma reformulação total do jardim em frente ao teatro Caras Direitas, aproximando-o da praia.
O concurso de ideias, que teve assessoria técnica da Ordem dos Arquitectos, atribuiu, para além dos três primeiros lugares, mais três menções honrosas.
Excerto da Memória Justificativa
Paisagem e memória
Reencontro e Futuro
“Deram-nos memória para ter rosas no Inverno.“
A proposta apresentada constrói futuro, tirando partido do extenso território oferecido pelo vento e o mar usando-o para reativar o prestígio e o entusiasmo da cidade através de um extenso Parque Atlântico preparado para receber arte, cultura, desporto e lazer. Este grande equipamento coletivo, de mais de dois quilómetros, reequilibrará a relação da cidade com o mar e será um permanente convite para habitantes e visitantes terem “rosas o ano inteiro”.
Natureza, Proximidade e Energia
O projeto para a Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos resume-se a um conceito bastante conciso que se materializa em quatro gestos:
- a criação de um sistema dunar que permita a fixação de espécies vegetais e animais com vista ao aparecimento de um parque urbano de frente de mar, designado Parque Atlântico; definindo um criação de um filtro verde que permita a criação de um espaço de transição e proteção entre o espaço urbano e o espaço de praia.
- definição de um novo sistema acessos pedonais e automóveis à praia que permitam simultaneamente a descompressão da avenida e permitam a identificação distintiva de cada zona; Complementarmente a este sistema viário marginal, redesenham-se os momentos de entrada na Avenida Marginal: em Buarcos e junto do Forte de Santa Catarina. Por último propõe-se um substancial reforço da oferta de estacionamento, pela criação de um parque semi- subterrâneo com capacidade para 445 automóveis no troço sul da avenida e mais lugares na nova “Marginal Mar”.
- introdução de um conjunto de valências de recreio ao longo do novo Parque Atlântico, que funcionem como aglutinadores da população e desencadeadores de procura por parte de visitantes.
- utilização de sistemas construtivos e energéticos que garantam simultaneamente a produção e a conservação da energia. Todos os equipamentos e apoios de praia, bem como os passadiços tirarão partido da energia solar e eólica, caracterizando este novo espaço da cidade como um “HUB” energético.