CASA . PEDRO ABRUNHOSA

21/04/2010 15:04

O músico Pedro Abrunhosa é, no ano lectivo 2009/2010, o convidado que dá corpo ao exercício lançado nesta fase do ano aos Alunos de Arquitectura I: imaginar e desenhar uma casa para um autor ou criador proveniente de uma área disciplinar que possa estimular e contaminar a Arquitectura.

CASA . PEDRO ABRUNHOSA

 

Aceitando este repto, Pedro Abrunhosa apresentou-se no dia 13 de Abril, pelas 18 horas, no Auditório 1 da Universidade Lusíada no Porto, um dia após a apresentação do seu último álbum Longe, para desafiar os Alunos a imaginar uma casa dominada por um espaço central, marcado pela presença de um piano de cauda, onde para além de compor e interpretar, pode receber, comer e estar com amigos.

Discreta, a casa deve estar relacionada com um pátio e valorizar o carácter aprazível do rio Douro e, simultaneamente, tirar partido da luz proveniente de Sul; um quarto para o músico e outro para visitas, conjuntamente com os espaços de articulação e satisfação funcional habituais, completam o programa da casa.

A parcela seleccionada, para além de estar inserida nos Caminhos do Romântico e visualmente relacionada com o rio, a Afurada e a Foz do Douro, mantém, fisicamente, uma relação muito estimulante com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.

O contacto de Pedro Abrunhosa com os alunos proporcionou um incentivo que, associado à área disciplinar da Música, não só potencia o exercício, como as pistas temáticas de sustentação da ideia da arquitectura lhe conferem um significado especial ancorado nos seguintes títulos dos álbuns de Pedro Abrunhosa: Viagens (1994), Tempo (1996), Silêncio (1999), Momento (2002), Palco – Ao Vivo (2003), Luz (2007) e Longe (2010).

Aliás, antecipando a encomenda da casa, numa viagem pelo tempo, Pedro Abrunhosa iniciou a sua exposição referindo que “Sou músico desde que me lembro”, para de seguida sublinhar a importância da Música e da Arquitectura na História e, salientar, através da metáfora “a música também é para habitar”, a forma como ambas lidam com a memória de todos nós.

A inspiração que o artista aqui nos trouxe dá continuidade a idênticos desafios que nos dois últimos anos lectivos partiram dos arquitectos Manuel Graça Dias e Eduardo Souto de Moura que, embora com base em estímulos de natureza diferente, proporcionaram a investigação, a experimentação e a aquisição dos valores geradores e estruturadores do espaço doméstico na arquitectura privada, permitindo, ainda, teorizar e especular sobre temas relacionados com a composição, a organização e a hierarquização do espaço, através da manipulação dos usos e das formas da arquitectura.




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